Entendendo a vesícula biliar.

A vesícula biliar é um órgão que se encontra abaixo do fígado, cuja função é armazenar a bile por ele produzida. A bile atua na digestão das gorduras ingeridas ao facilitar a absorção de colesterol, gorduras e vitaminas lipossolúveis no intestino. A bile também elimina do organismo determinados produtos residuais (principalmente bilirrubina e o colesterol em excesso) e subprodutos de medicamentos.

A maioria dos distúrbios da vesícula biliar e dos dutos biliares é provocada por cálculos (pedras), que se formam devido a alta concentração de sais biliares no interior do órgão.

Algumas condições favorecem o aparecimento desses cálculos:

• Sexo feminino
• Idade acima dos 40 anos
• Obesidade
• Rápida perda de peso (como resultado de uma dieta muito baixa em calorias ou uma cirurgia para perda de peso)
• Um histórico familiar de cálculos biliares
• Gestação

Os cálculos podem permanecer na vesícula biliar, causando sintomas como dor abdominal após a alimentação e algumas vezes inflamação da vesícula (colecistite), ou passar para os dutos biliares, trazendo complicações mais graves como a pancreatite e a colangite (infecção dos dutos biliares que ligam o fígado ao intestino.

Tanto a colangite, como a pancreatite e a colecistite são complicações graves que aumentam a mortalidade, portanto, exigem internamento e na maioria das vezes tratamento cirúrgico de urgência.

Sintomas

Geralmente a colelitíase se manifesta por dor intermitente na parte superior direita do abdome de forte intensidade, algumas vezes com irradiação para o dorso, acompanhada de náuseas e vômitos, principalmente no período após as refeições. Nos casos de colecistite, a dor tem caráter contínuo e pouco alivia com analgésicos e antiespasmódicos.

Quando sintomas como febre e icterícia, urina escura e fezes claras estiverem presentes, a suspeita é de que um ou mais cálculos já tenham migrado da vesícula e estão impactados no colédoco (porção do ducto biliar que liga a vesícula ao intestino), causando pancreatite aguda ou colangite, ou ambas.

Diagnóstico

O diagnóstico é baseado no exame físico e na história clínica, associado a ultrassonografia de abdome total que detecta até 95% dos cálculos.

Tratamento

Até 30% dos pacientes que tem cálculos na vesícula são assintomáticos, nestes casos, excetuando algumas condições, não há necessidade de tratamento. Por outro lado, os pacientes que alguma vez na vida sentiram sintomas como os descritos acima, necessitarão de tratamento cirúrgico (colecistectomia). Não existe tratamento medicamentoso para dissolver os cálculos.

Hoje em dia, a videocirurgia é a técnica mais empregada para este tratamento, uma vez que proporciona enormes benefícios para os pacientes, em comparação a cirurgia convencional aberta.